Às vezes me sinto como se estivesse numa sala de espera. Aguardando por coisas que podem não vir, perder-se em outros caminhos sem encontrar uma solução. E até mesmo, esperando por um feixe de luz que atraia a atenção. Melhor dizendo, pequenos pacotes de energia que possam acarretar num sorriso despercebido, um beijo e um jantar na lanchonete da esquina.
E um dia chegar a ter alguém que prefira sair a dois, a sair
em bando, trocando murros e pontapés ao atravessar a rua, como costumávamos
fazer quando avançamos da sexta, para a sétima série. Ter com quem ir à
locadora na sexta-feira à tarde, e desfrutar de um bom filme sábado à noite –
mesmo nunca assistindo até o final. E fazer tudo isso vestindo o meu moletom,
que os furos nas mangas tornaram-se clássicos.
Tenho minhas dúvidas que esse pessoal que encara o
“século-vinte-um” como o tempo de “tocar-a-putaria”, não espere ansiosamente
por alguém que bata na porta de madrugada e pergunte: “Têm um lugar pra mim?
Mas não apenas por uma noite.” – que o faça feliz de verdade. E assim, parar de
esconder-se nas estruturas frágeis do seu edifício de orgulho.
O ruim não é a solidão, e sim a ausência da mesma. Nada
melhor do que obter respostas às perguntas ao folhear um
livro, ou escutar a estrídula chuva que acabara de encorpar o velho som do
violão.
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