quinta-feira, 29 de março de 2012

Considerado o ultimo amanhecer.


Primeiro.

Foram tão inesperados aqueles instantes que mal pude conter meus gritos de aflição. Segundos após abrir a porta encontro-me na cena de um filme, no qual eu era o personagem principal e tinha que encontrar uma maneira para dar a volta por cima. Era fogo, carros, ônibus, tudo o que existe no mundo, à minha frente, sendo destruído por máquinas que eu jamais havia visto.

Ouvia os gritos desesperadores de senhoras que não conseguiam segurar os próprios filhos, tentando ajudar vizinhos em situações completamente inimagináveis. O maior caos constatado em todo o mundo. Todos se perguntavam o que aquelas coisas queriam, ou como elas vieram parar na rua da sua casa. Meninos que brincavam diariamente nas poças d’água, ficaram surpresos com a grandiosidade dos “pés” de cada ser desconhecido.

Parei por dois segundos, e passei a acreditar que essa era a hora que ninguém podia me ajudar, que só dependia das minhas forças. Sempre sonhei em poder salvar a vida das pessoas, mas nunca pensei que seria desse jeito, nesse lugar. Voltei para dentro de casa e peguei tudo o que ainda não havia sido destruído. Saí pela porta dos fundos sem saber aonde ir primeiro, mas convicto de que partiria de mim uma grande salvação.

Ao entrar no meu sucateado carro, saí cantando pneus à procura de outras pessoas que não foram manipuladas por grandiosas invenções. Nossos países desenvolvidos, considerados maiores em inteligência e tecnologia, encontravam-se sem chão, sem nenhuma ideia que pudesse ao menos emparelhar a imensa guerra sem controle. Estávamos em meio a uma catástrofe mundial.

Sem ter com quem contar, sem uma grande reputação que pudesse ser levada em conta, saí à procura de ajuda, de alguém que pudesse acreditar no que eu falava. Diante de coisas desconhecidas, até o mais forte se desesperava e não conseguia mais pensar em nada, muito menos acreditar em um desconhecido que se dizia capaz de fazê-las parar. Destruir o que jamais foi visto...

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